Após noite com mais de 500 detidos, Turquia vive dia de greves
Dois sindicatos convocaram greve geral em apoio às manifestações; governo promete repressão
, com AFP
17.06.2013/Marko Djurica/Reuters
Confronto entre manifestantes e policiais ontem em Istambul deixou mais de 300 presos16.06.2013/Serkan Senturk/Reuters
Em Istambul, Ancara e várias outras cidades do país os manifestantes enfrentaram as forças da ordem até altas horas da madrugada, informa a imprensa local.
Segundo o Colégio de Advogados de Istambul, só em Istambul cerca de 390 pessoas foram detidas, enquanto na capital a polícia deteve outras 150 pessoas, assegura a versão eletrônica do jornal Hürriyet.
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Segundo acrescenta o portal opositor de notícias Sendika, policiais vestidos à paisana participaram em Ancara na repressão com gás lacrimogêneo e canhões de água a pressão, deixando pelo menos oito pessoas feridas.
Os manifestantes no centro da capital turca gritaram palavras de ordem como "Revolta, Revolução, Liberdade" e "Ditador Renuncie já".
Em Istambul, os detidos, entre os quais estão um cidadão britânico e vários jornalistas turcos, foram levados para a praça Taksim e fechados em um ônibus da polícia, assegura o Hürriyet.
A organização de direitos humanos Anistia Internacional pediu ao governo turco para que ponha fim à falta de comunicação com os detidos e lhes permita ligar para seus advogados.
Também em outras cidades do país houve violentos confrontos como em Adana, no sul do país, onde dezenas de pessoas ficaram feridas e pelo menos duas foram detidas, segundo o Sendika.
Para hoje, os principais sindicatos do país, como o de funcionários públicos KESK e o conselho de médicos e a união de engenheiros, preparam um dia de greves, que paralisarão parte da vida pública do país.
"Greve ilegal"
Participar da greve marcada para hoje, no entanto, será arriscado.
O ministro turco do Interior, Muammer Güler, declarou que a greve convocada por dois sindicatos em apoio aos protestos é "ilegal" e que as manifestações serão reprimidas.
— Há esforços para retirar as pessoas das ruas para ações ilegais como uma greve. As forças de segurança não permitirão.
Um grupo de sindicatos, incluindo os importantes DISK e KESK, que reúnem quase 700 mil trabalhadores, convocaram a greve para esta segunda-feira.
"É impossível entender a insistência em continuar com os protestos", disse o ministro, a respeito das manifestações que afetam há mais de duas semanas as principais cidades da Turquia.
Os sindicatos pretendem caminhar em Istambul até a praça Taksim, que foi isolada pela polícia.
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