terça-feira, 4 de junho de 2013

SOCIÓLOGO PORTUGUÊS TECE DURAS CRÍTICAS À SITUAÇÃO ATUAL DA EUROPA.

Internacional

Crise econômica

Sociólogo português diz que Europa criará "Estado de Mal-Estar"

Boaventura de Sousa Santos, diz que o continente está virando “um miniatura do mundo, com países de primeiro, segundo e terceiro mundos”
por Agência Brasil — publicado 11/05/2013 16:17
 
Boaventura de Sousa Santos, em imagem de 2007. Foto: Agência Brasil


A crise econômica está fazendo a Europa deixar de ser o continente em que as políticas sociais diminuem os efeitos das desigualdades econômicas e permitem uma boa qualidade de vida ao conjunto da população. “Querem criar o Estado de Mal-Estar na Europa”, critica Boaventura de Sousa Santos, o sociólogo português mais conhecido no Brasil, fazendo referência ao antigo Welfare State [Estado de Bem-Estar] criado na Europa, a partir do final da 2ª Guerra Mundial (1945).

Segundo Boaventura, a Europa está deixando de ser um continente de primeiro mundo para tornar-se “um miniatura do mundo, com países de primeiro, segundo e terceiro mundos”. Ele se refere ao empobrecimento de alguns países e a falta de proteção aos cidadãos, como acontece em Portugal, na Espanha e na Grécia, mas com reflexos em todo o continente.
Para o sociólogo, o modelo de governança da União Europeia esvaziou-se e o projeto está desfeito de forma irreversível. Ele atribui ao “neoliberalismo” os problemas enfrentados pelo continente, como o desemprego. “Esta crise foi criada para destruir o trabalho e o valor do trabalho”, disse, ao encerrar em Lisboa um colóquio sobre mobilidade social e desigualdades.

Conforme os dados do Eurostat, há 26,5 milhões de pessoas desempregadas nos 27 países – contingente superior a toda a população na Região Sul do Brasil (Censo 2010). Para o sociólogo, parte das demissões ocorre por alterações nas regras de contratação. “Mudam os contratos de trabalho, mas não mudam os contratos das PPPs”, disse se referindo às parcerias público-privadas contratadas entre governos e companhias particulares para a exploração de serviços como concessionários ou de infraestrutura.
Além da inflexão na economia e no plano social, Boaventura assinala transformações políticas, como o esvaziamento do poder decisório dos parlamentos, e dos lugares de “concertação social”, como os portugueses chamam os conselhos e pactos criados para diminuir conflitos entre empresários, trabalhadores e governo. Na opinião do sociólogo, em vez dessas instâncias, se impõe a vontade dos credores externos, como acontece em Portugal, segundo ele, por causa da Troika (formada pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia).

Boaventura Sousa Santos diz que a ação direta da Troika leva à imobilidade do governo e questiona a racionalidade dos cortes dos gastos sociais que estão sendo feitos. Na Assembleia da República, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, disse que haverá convergência das pensões e aposentadorias de ex-funcionários públicos e ex-empregados privados. O chefe do Executivo português afirmou que não é uma opção ajustar a economia e mudar direitos adquiridos. “O país tem que ajustar”, defendeu
A oposição critica, diz que a medida é inconstitucional, e reclama do governo por tratar a austeridade como inevitável. De acordo com o secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, em menos de dois anos de mandato de Passos Coelho 459 mil empregos foram cortados - quase a metade dos 952,2 mil desempregados contabilizados em março.

OBS: EM PORTUGAL O GOVERNO ESTÁ "CORRIGINDO" A ECONOMIA DO PAÍS, ÁS CUSTAS DA CLASSE TRABALHADORA, CORTANDO GASTOS SOCIAS, CORTANDO  NA SAÚDE, CORTANDO POSTOS DE TRABALHO . O MELHOR AJUSTE SERIA CORTAR OS ALTOS GANHOS DOS DIRIGENTES E DA CLASSE POLÍTICA, POIS ESSES SÃO OS GRANDES CULPADOS DA SITUAÇÃO CAÓTICA EM QUE O PAÍS ESTÁ ENFIADO NO MOMENTO. SE OS RECURSOS VINDOS DA ZONA DO EURO, FORAM EMPREGADOS EM OBRAS EQUIVOCADAS, SE OCORRERAM DESVIOS, QUEM FAZ ISSO É A CLASSE DIRIGENTE. MANTER A CLASSE TRABALHADORA EMPREGADA E REDUZIR OS GANHOS DAS CLASSES DIRIGENTES, MAS PARA ISSO ACONTECER É PRECISO QUE SURJA UMA FIGURA FORTE PROVENIENTE DO CAMPO SOCIAL.
NESSAS HORAS, OS POLÍTICOS SÃO SURDOS E NÃO QUEREM OUVIR O POVO. ESSE CIDADÃO, ESTUDIOSO DAS QUESTÕES SOCIAIS, ESTÁ CORRETÍSSIMO.

 
 




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