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terça-feira, 27 de setembro de 2011
BRUNO COVAS DEIXA ESCAPAR PISTAS DE "VENDA DE EMENDAS"
estadao.com.br, Atualizado: 27/9/2011
Secretário agora diz ter falado em 'situação hipotética' Acusação foi feita em vídeo
O secretário estadual de Meio Ambiente e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), voltou atrás e disse ontem que não recebeu oferta de propina pela liberação de emenda. 'Falei em uma hipótese e que não deveria ser aceita. Não disse que aquele caso aconteceu em específico. Retifico o que falei. Estava dando um exemplo hipotético do que fazer num caso como aquele', disse Bruno Covas.
Em entrevista gravada à coluna Direto da Fonte, concedida há cerca de um mês, o secretário deu a declaração ao responder se já havia passado por situação envolvendo corrupção (www.estadao.com.br/e/bruno). 'Ah, já. Uma vez, consegui uma emenda parlamentar de R$ 50 mil para obra de um município.
Assinamos o convênio e depois o prefeito veio perguntar com quem ele deixava os 5 mil', contou. 'Respondi: 'Doa para a Santa Casa, eu que não vou ficar com isso'. Não sei se ele contou para os outros, mas foi o único caso que eu tive na Assembleia'. Para a cúpula tucana, o secretário recuou após a repercussão da declaração.
Na última sexta-feira, o Estado mostrou que o deputado estadual Roque Barbiere (PTB) havia denunciado que pelo menos 30% dos seus colegas da Assembleia Legislativa de São Paulo estavam ganhando dinheiro por meio da venda de emendas e fazendo lobby de empreiteiras junto a administrações municipais.
A revelação foi feita no dia 10 de agosto, ao programa Questão de Opinião, em um canal da internet. Foram 40 minutos de depoimento concedido ao entrevistador Arthur Leandro Lopes. 'Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece fazendo isso', afirmou.
Durante a entrevista, gravada em vídeo, Barbiere disse que não ia citar os nomes dos envolvidos, porque não era 'dedo-duro'. No entanto, garantiu: 'Mas existe, existe do meu lado, existe vizinho, vejo acontecer. Falo para eles inclusive para parar'.
Após a revelação, Barros Munhoz (PSDB), presidente da Assembleia, disse que a denúncia de Barbiere 'caiu como uma bomba' na Casa.
O Ministério Público do Estado abriu inquérito para investigar o caso. A Assembleia paulista abriga 94 parlamentares. Segundo as contas do deputado, cerca de 30 pares seus se enquadram no esquema de tráfico de emendas.
Barbiere, também conhecido como Roquinho, cumpre o sexto mandato consecutivo de parlamentar estadual e integra a base aliada do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Ele está na política há 29 anos.
OBS: AS DECLARAÇÕES DE BARBIERE, AINDA DARÃO "PANOS PARA MANGA". A CONFERIR.
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