sábado, 16 de março de 2013

OS ABUTRES VOAM SOBRE DAMASCO


Conflito na Síria faz dois anos, e europeus discutem armar rebeldes


Atualizado em 15 de março, 2013 - 13:31 (Brasília) 16:31 GMT
 
Bandeira dos rebeldes sírios
Conflito na Síria pode se alastrar para outros países
 
O conflito na Síria completa dois anos nesta sexta-feira, sem quaisquer perspectivas de um fim ao impasse no confronto entre forças do governo do presidente Bashar al-Assad e rebeldes.
Assad e as forças governistas mantêm firme controle sobre a capital do país, Damasco, e diferentes partes da Síria, mas vem sofrendo crescente pressão por parte dos rebeldes, que já dominam diferentes partes do território sírio.
 
Grupos de direitos humanos estimam que o conflito já matou mais de 80 mil pessoas desde 2011 e deixou mais de 1 milhão de desabrigados.
Nesta sexta-feira, a Grã-Bretanha e a França pediram durante um encontro em Bruxelas o fim ao embargo de armas à Síria, a fim de permitir que países da União Europeia possam fornecer armamentos aos grupos que lutam contra o regime de Assad.
O embargo deixa de vigorar no início de junho, e acredita-se que franceses e britânicos pressionarão para que ele não seja renovado.

Com ou sem acordo

Segundo Jonathan Marcus, analista da BBC especializado em temas de Defesa e Diplomacia, mesmo que um acordo não seja firmado pela União Europeia, os franceses e os britânicos poderão levar adiante seu plano de fornecer armas aos insurgentes anti-Assad de qualquer maneira.
''A preocupação deles é que o conflito está se transformando em um impasse sangrento. Nenhum dos lados atualmente é capaz de vencer e, quanto mais tempo os combates continuarem, pior será a catástrofe humana e maiores as chances de o conflito se transformar em uma guerra regional'', afirma Marcus.
"Nenhum dos lados atualmente é capaz de vencer e, quanto mais tempo os combates continuarem, pior será a catástrofe humana e maiores as chances de o conflito se transformar em uma guerra regional."
Jonathan Marcus, analista da BBC para assuntos diplomáticos e de defesa
Marcus destaca que existem temores de que, ao se armar os rebeldes, poderia se estar ''militarizando'' o conflito.
Mas os franceses e britânicos acreditam que esse pode ser um dos poucos caminhos para pôr fim ao derramamento de sangue no país.

Propagação do conflito

Existe um temor recorrente de que o conflito se alastre para os países vizinhos, envolvendo nações como Turquia, Líbano, Irã, Arábia Saudita e possivelmente Israel.
Atualmente, o governo iraniano é a maior fonte de sustentação do regime de Assad, a quem estaria supostamente fornecendo armamentos, em violação a sanções da ONU. Os iranianos também apoiam o movimento islâmico Hezbollah, que tem forte influência na política libanesa e que também dá apoio à Síria.
A Arábia Saudita, cuja liderança é muçulmana sunita, se opõe à Síria, cuja elite política é formada por alauitas, um grupo que se considera xiita (ao acreditar que Ali, primo e genro de Maomé, é o seu legítimo sucessor como líder dos muçulmanos) e inclui a família Assad e seus aliados mais próximos.
Os sauditas, assim como outras monarquias do Golfo Pérsico, vêm fornecendo armamentos e apoio financeiro e logístico aos rebeldes.
A despeito de contar com uma elite política xiita, a população síria é predominantemente sunita. O país conta ainda com uma expressiva minoria cristã. Há temores de que a guerra civil no país poderá descambar para um conflito religioso que também poderia ter implicações regionais.

'Explosão'

Nesta sexta-feira, o presidente da Agência da ONU para Refugiados, Antonio Guterres, advertiu que a guerra civil na Síria poderá causar o que ele chamou de ''uma explosão'' no Oriente Médio.
De acordo com Guterres, caso o conflito não cesse, será impossível conter as consequências humanas, políticas e de segurança que ele poderá exercer.
Entidade de direitos humanos estimam que as crianças sírias estejam entre as principais vítimas do confronto no país.
Nesta semana, a ONG britânica Save the Children afirmou que cada vez mais menores de idade estão sendo recrutados pelas duas facções em conflito como soldados, informantes ou até escudos humanos.
O Unicef anunciou nesta semana que cerca de 2 milhões de menores de 18 anos na Síria enfrentam situação de extrema necessidade, cerca de 800 mil com menos de 14 anos estão desabrigados dentro da Síria e mais de 500 mil crianças já foram levadas para fora do país, devido ao medo da violência.

OBS: FRANÇA E INGLATERRA PEDEM O FIM DO EMBARGO DE ARMAS À SÍRIA. DEPOIS VIRÃO OS ESTADOS UNIDOS E RÚSSIA PARA COMPLETAR A EQUIPE DE FABRICANTES E EXPORTADORES DE ARMAS. SE APROVEITAM DA FRAGILIDADE DOS OUTROS PAÍSES PARA AZEITAREM SUAS FÁBRICAS DE ARMAMENTOS. TAMBÉM SE APROVEITAM  DE SUAS POSIÇÕES PRIVILEGIADAS, COMO NAÇÕES DESENVOLVIDAS ÀS CUSTAS DA MORTANDADE ALHEIA. FALAM EM PAZ, MAS O QUE QUEREM É VENDER SEUS ARMAMENTOS. SÃO UNS ABUTRES ........ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário