SEMPRE É FÁCIL SER VALENTE COM OS FRACOS.

PT expulsa mais dez por apoio a prefeito

iG Paulista - 04/03/2013
Milene Moreto | milene@rac.com.br

Foto: Dominique Torquato/ AAN
Petistas aguardam do lado de fora do diretório, antes da seção: à direita, Ercindo Júnior, que foi expulso

O PT de Campinas expulsou mais dez filiados “infiéis” acusados de integrar o governo do prefeito Jonas Donizette (PSB). No total, 11 petistas perderam o registro na instância local por descumprirem a determinação da legenda de não participar da atual gestão.

Outros seis processos de filiados correm na comissão de ética e devem ser julgados em 40 dias.

A ala que defende a permanência do Partido dos Trabalhadores na Prefeitura chamou de “golpe” a decisão. Todos os expulsos podem recorrer nas instâncias estadual e nacional da legenda.

A reunião para definir o destino dos “infiéis” que mantêm cargos no governo ocorreu no último sábado, sob clima acalorado. Mas, desta vez, ao contrário dos encontros anteriores, não houve tumulto ou pancadaria.

Os ânimos ficaram acirrados apenas no início do debate, quando foram analisadas substituições de membros do diretório.

O presidente do PT, Ari Fernandes, disse que haviam 18 pedidos para substituição e 16 foram aprovados. “As alterações ocorreram dos dois lados. Entre os petistas que defendiam a permanência na Administração e no grupo contrário. Ninguém foi prejudicado”, afirmou.

A ala petista que defendia a permanência dos “infiéis” disse que houve “golpe” e que a Mesa Diretora realizou uma “manobra” para prejudicar a defesa dos acusados. Em nota oficial, os petistas alegam que o presidente fez uma tentativa de substituir três representantes das chapas que eram claramente contrários às expulsões.

Com o impasse sobre a substituição, os acusados que estavam na plenária se retiraram do local, assim como os membros do diretório contrários a expulsão.

A reunião seguiu com 25 representantes. Para que houvesse quórum, era preciso que 23 integrantes estivessem presentes. A saída dos acusados, segundo Fernandes, não prejudica o processo.

“Não houve golpe, fizemos tudo dentro da legalidade. Os que foram expulsos do partido devem receber a documentação até a próxima semana”, disse.

Entre os nomes expulsos do PT no último sábado está Geziel Antonio dos Santos, nomeado por Jonas em janeiro como diretor de departamento da Secretaria de Cidadania, Assistência e Inclusão Social. Geziel foi candidato a vereador pelo partido no ano passado.
Na sua página na rede social, Geziel disse que não teve tempo para defesa e avalia sua condição dentro do partido.

“A questão que fica e pondero é se compensa esse desgaste em querer investir tempo, capacidade, energia, finanças para ajudar a construção de uma sociedade mais justa, fraterna, solidária através de um grupo partidário, cuja metade não me quer por lá”.

Outro expulso é Ercindo Mariano Júnior, ligado à Secretaria de Trabalho e Renda, comandada hoje pelo petista, também expulso, Jaírson Canário.

O secretário foi o primeiro a ter sua expulsão declarada. Na ocasião, disse que iria recorrer em todas as instâncias e considerou o ato do diretório uma “execução sumária.”
Polêmica
A decisão do PT em ser oposição a Jonas foi anunciada no ano passado. Jonas venceu a eleição e tinha o candidato do PT, o economista Marcio Pochmann, como principal adversário.

Os dois disputaram o segundo turno, no qual o PT saiu derrotado. Além da disputa eleitoral, a rivalidade do PT com o PSDB, DEM e PPS, partidos da coligação de Jonas, diminuíram as possibilidades de aliança com o peessebista.

Com a determinação para que a legenda se posicionasse como oposição, alguns filiados decidiram desobedecer a orientação e aceitar cargos no governo.

Desde então, os “infiéis” tentam reverter a expulsão com a influência de líderes nas esferas estadual e nacional do partido.

OBS: PORQUE ESSES DIRIGENTES NÃO QUESTIONARAM O COMPORTAMENTO DE LIDERANÇAS NACIONAIS, QUE SE ENVOLVERAM EM ILÍCITOS E QUE MACULARAM  A IMAGEM DO PARTIDO?