Dilma reitera defesa de consulta popular para reforma política

Em cerimônia de sanção do Estatuto da Juventude, a presidente disse
considerar que "consultar o povo nunca é demais", em referência à sugestão feita
pelo Planalto ao Congresso para que realizasse um plebiscito que definiria as
diretrizes para uma reformulação do sistema político.
"Quando eu propus a reforma política, propus antecedida por um plebiscito",
afirmou a presidente.
"Consultar o povo é democrático e é necessário para que as nossa instituições
tornem-se cada vez mais permeáveis às demandas da sociedade."
A presidente sugeriu a discussão sobre a reforma após as manifestações em
junho que chegaram a levar mais de 1 milhão de pessoas às ruas em um dia em
diversas cidades do país.
Embora tenha sido defendida mais de uma vez pela presidente, a proposta da
realização do plebiscito foi praticamente descartada por líderes aliados do
governo.
Até mesmo o vice-presidente, Michel Temer, chegou a afirmar no início de
julho que não haveria tempo hábil para a realização do plebiscito, além da
discussão e votação de uma reforma política com validade para as eleições de
2014.
No mesmo dia da declaração, porém, o vice-presidente divulgou nota
reafirmando que o governo mantinha sua posição favorável à realização do
plebiscito e de uma reforma que valesse para as eleições do ano que
vem.
Questionada nesta segunda sobre problemas de articulação com a base aliada,
que já impôs algumas derrotas ao governo principalmente em votações na Câmara
dos Deputados, a presidente saiu pela tangente e disse que, apesar da
possibilidade de haver diferenças com os aliados, no fim será decidido o que for
melhor para o Brasil.
Em rápida entrevista após a cerimônia, Dilma afirmou que a divergência é
"democrática" e que a "diferença de opiniões é possível".
A presidente deve reunir-se, no fim da tarde desta segunda-feira, com líderes
da base aliada na Câmara dos Deputados.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
Nenhum comentário:
Postar um comentário