quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ATLETA BRASILEIRA, POLIANA OKIMOTO É UMA CAMPEÃ DE VERDADE !!!!! FIGURAS COMO ELA ENGRANDECEM O ESPORTE BRASILEIRO.

Campeã mundial, Poliana revela trauma após Londres e supera medo dos 10 km

Atleta fala que pensou em se aposentar do mar e da piscina depois das Olimpíadas de 2012 e afirma que seu técnico e marido Ricardo Cintra foi melhor psicólogo para sua volta

Aretha Martins- iG São Paulo |
 
Poliana Okimoto voltou para casa do Mundial de esportes aquáticos com um ouro, uma prata e um bronze e ânimos renovados para seguir no mar e nas piscinas depois de superar um trauma que ficou das Olimpíadas de Londres e de ter pensando até em abandonar o esporte.
“Conseguir a medalha de ouro, na prova olímpica, depois de um ano que eu achei que fosse parar... Foi fenomenal”, resume a atleta em entrevista exclusiva ao iG. Poliana foi campeã no Mundial disputado em Barcelona na prova dos 10 km na maratona aquática (percurso olímpico), ficou com a prata nos 5 km e levou o bronze por equipe.
Poliana Okimoto conquistou um pódio completo no Mundial: um ouro, uma prata e um bronze. Foto: Satiro Sodré/Divulgação CBDAPoliana Okimoto posou com suas medalhas em Barcelona depois do Mundial de esportes aquáticos. Foto: Satiro Sodré/Divulgação CBDAPoliana Okimoto exibe medalha de ouro nos 10 km da maratona aquática no Mundial de esportes aquáticos. Foto: Al Bello/Getty ImagesPoliana Okimoto fez dobradinha com Ana Marcela com ouro e prata nos 10 km no Mundial. Foto: Al Bello/Getty ImagesFoi o primeiro ouro de Poliana em Campeonato Mundial. Ela comemorou ao lado de Ana Marcela, que foi prata. Foto: Satiro Sodré/Divulgação CBDANos 5 km, Poliana e Ana Marcela já tinham ido para o pódio, com a prata e o bronze. Foto: Divulgação/CBDAPoliana Okimoto completou o pódio particular no Mundial de esportes aquáticos com bronze por equipe. Foto: Getty ImagesPoliana Okimoto passou mal na maratona nas Olimpíadas de Londres e deixou a prova de cadeira de rodas. Foto: Reprodução/TV RecordA brasileira teve hipotermia e abandonou a maratona aquática em Londres. Ela chegou a desmaiar. Foto: Satiro Sodré/Divulgação CBDAPoliana  foi prata no Pan-Americano de Guadalajara, em 2011. Foto: VipcommAtleta comemora a conquista da prata na maratona aquática no Pan de 2011. Foto: Luiz Pires/VipcommNo Pan de 2007, no Rio de Janeiro, Poliana recebe ajuda ao final da prova. Lá ela também conquistou a prata. Foto: Donald Miralle/Getty ImagesDisputa durante o Pan de 2007, na praia de Copacabana. Foto: Donald Miralle/Getty ImagesPoliana estreou na maratona na Travessia dos Fortes, em 2005. Ela venceu a prova. Foto: Satiro Sodré/AGIF
Poliana Okimoto posou com suas medalhas em Barcelona depois do Mundial de esportes aquáticos. Foto: Satiro Sodré/Divulgação CBDA
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Em 2012, ela chegou às Olimpíadas de Londres como uma das candidatas ao pódio. Entretanto, com a água a uma temperatura de 16ºC no Lago Serpetine, no Hyde Park, Poliana teve hipotermia e desistiu pela primeira vez de uma prova na quinta de seis voltas programada. Ela deixou o local de cadeiras de rodas e desmaiou.

Relembre: Poliana passa mal, desmaia e abandona prova da maratona aquática nas Olimpíadas
Reprodução/TV Record
Imagem de TV mostra Poliana sendo retirada da prova em Londres após passar mal

“Começou a formigar o corpo, não sentia mão ou pé. Durante a prova eu comecei a perder a consciência. Não sabia se estava sonhando ou realmente vivendo aquilo e isso me assustou muito. E eu sempre fui consciente do meu corpo, dos meus músculos, e ali não tinha isso, por isso decidi parar”, lembra Poliana Okimoto.
“Fiquei com medo de nadar 10 km, principalmente em água fria. Até agora não entrei mais em água fria”, conta a atleta. O susto de Londres deixou traumas. “Fiquei receosa de voltar a nadar os 10 km. Não sabia se iria consegui completar outra prova. Depois disso, eu pensei, sim, em parar. Quando você se dedica tanto tempo e não tem resultado é muito frustrante. Comecei a nadar com dois anos, a treinar com sete e com 12 era profissional. São muitos anos pensando no objetivo, que é a medalha olímpica ou mundial. Pensei em largar tudo”, revela Poliana.

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A brasileira teve um tempo para recuperar e contou com a ajuda do marido e treinador Ricardo Cintra para voltar a nadar. “Fiquei um mês e meio parada, só que eu amo muito nadar. E o Ricardo foi meu melhor psicólogo neste período. Ele não me forçou ou falou: ‘Vamos nadar que está na hora’. Fui eu que pense: ‘Descansei e agora quero de novo’. Foi no meu tempo”, afirma.
A volta de Poliana Okimoto ao percurso olímpico dos 10 km foi com o oitavo lugar em uma etapa da Copa do Mundo aqui no Brasil que valeu a vaga ao Mundial. Depois, ela tentou competir na Argentina, mas passou mal por causa da água do rio. Em seguida, foi sexto em Israel, em mais uma etapa da Copa do Mundo. A volta ao mar visava o Campeonato Mundial.
“Eu superei o medo nadando, fazendo essas provas. E meus treinos mostravam que eu poderia completar uma prova de 30 km”, diz Poliana. Entretanto, ela não estava satisfeita. “Nenhuma prova tinha sido boa e eu realmente pensei que não daria mais para mim. Pensava: ‘Será mesmo que não está na hora de parar? Será que está certo isso’”, fala a nadadora, que foi campeã da Copa do Mundo em 2009 vencendo 11 etapas e já tinha duas pratas em Mundiais. De novo, a ajuda do técnico. “O Ricardo me incentivou e lembrou que não era hora de estar bem ainda, que eu tinha que estar bem no Mundial de Barcelona”, completa.

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De novo, Poliana foi testada. Na Espanha, a atleta teve uma intoxicação alimentar, sofreu com vômito e diarreia e quase não competiu a primeira no torneio, a maratona de 5 km. “Decidi na véspera que iria encarar. Mas eu me senti muito bem na prova. E depois de tanto tumulto, achei lindo o segundo lugar. Também me deu muita confiança para a prova dos 10 km”.
De volta à distância olímpica, a redenção. Poliana venceu, conquistou o ouro e ainda viu uma dobradinha no pódio com o segundo lugar de Ana Marcela. “Meu objetivo no Mundial era voltar ao pódio nos 10 km, mas o ouro... É claro que a gente quer, mas maratona é um sorteio porque tem muita gente e uma virada de boia errada na última volta faz você cair do primeiro para o 10º lugar. Mas graças a Deus eu fui a sortuda naquele momento”, conta.
Ela ainda traz emoção na voz ao lembrar-se da medalha. “Já tinha prata e bronze, mas subir no primeiro lugar e escutar o hino é emocionante. Ali passa pela cabeça todos os dias de luta que a gente acorda cedo, treina, dá o suor. E tem toda a pressão pelo resultado em toda competição que a gente entra. E ali, no finalzinho da prova, a gente nem tem mais força e coloca o coração no braço. Uma hora ou outra, dá certo. Desta vez, deu”, afirma a campeã.

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