EUA, Reino Unido e França buscam opção fora da ONU para justificar ação na Síria
Aliados ocidentais terão de recorrer à Otan e à doutrina da 'Responsabilidade de Proteger' para evitar veto russo
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Os EUA e seus aliados avaliam opções além do dividido Conselho de Segurança da ONU para legitimar uma ação militar contra a Síria, tentando construir uma justificativa coesa para um ataque e obter amplo apoio internacional.
Secretário da Defesa: EUA estão prontos para lançar ataque contra a Síria
Nesta quarta: Reino Unido apresentará à ONU resolução condenando Síria
Os EUA, o Reino Unido e a França deixaram claro acreditar que o governo de Bashar al-Assad esteve por trás de um recente suposto ataque mortal com armas químicas nos arredores de Damasco, afirmando que isso pede uma mudança da resposta internacional.
Dia 22: França defende uso da força caso ataque químico seja provado
Entenda: De que lado ficam os países na crise da Síria
É quase certo que isso demanda agir sem a aprovação do conselho, onde a Rússia e a China consistentemente usaram seu poder de veto para impedir uma ação mais forte para o conflito de quase dois anos e meio. Isso também significaria agir bem antes de inspetores de armas químicas da ONU na Síria entregarem uma avaliação se o tal ataque aconteceu.
Dia 21: Oposição síria acusa governo de matar centenas em ataque químico
Galeria de fotos: Veja imagens do suposto ataque químico na Síria
Apesar da possibilidade de outro veto da Rússia e da China, o Reino Unido disse que apresentará nesta quarta uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU condenando o governo sírio pelo suposto ataque.
Em Genebra, o enviado especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse que qualquer ataque tem de ter a aprovação do Conselho de Segurança. A tarefa em mãos para qualquer coalizão liderada pelos EUA para uma ação militar será conseguir apoio de organizações internacionais importantes fora da ONU.
Assista: Vídeos mostram vítimas de suposto ataque químico na Síria
Um caminho pode ser persuadir a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a se envolver ou mesmo liderar uma operação militar. Isso ajudou o governo de Bill Clinton (1993-2001) a projetar legitimidade na guerra do Kosovo no fim dos anos de 1990 apesar de o Conselho de Segurança, com forte oposição da Rússia, nunca ter permitido a campanha de bombardeios contra Belgrado, disse Ken Pollack, um especialista em questões político-militares no Brookings Institute.
"De forma muito famosa, a guerra do Kosovo não foi legal", disse Pollack. "Apesar disso, não se veem pessoas correndo por aí e gritando que ela foi ilegal. O motivo é que os EUA fizeram um bom trabalho em construir uma justificativa."
Após suposto ataque químico: EUA deslocam navio para possível ação na Síria
Uma coalizão liderada pelos EUA provavelmente invocará uma doutrina internacional conhecida como "Responsabilidade de Proteger", que declara que a comunidade internacional tem um obrigação de agir para evitar crimes contra a humanidade não importa onde tenham acontecido, disse Stephen Biddle, um especialista em política militar e externa dos EUA na Universidade George Washington. Biddle apontou que a doutrina está sendo cada vez mais vista como algo que supera a necessidade de respeitar a soberania de um país.
"As duas vias naturais (para uma ação militar) são a ONU e a doutrina da responsabilidade de proteger", disse.
MSF: Hospitais na Síria atenderam 3,6 mil com sintomas neurotóxicos
Um empurrão para o apoio internacional ganhou força na terça, quando a Liga Árabe pareceu apoiar uma ação militar, depositando a culpa pelo suposto ataque químico no regime de Assad e conclamando o Conselho de Segurança a concordar com medidas "dissuasórias" contra aqueles que cometeram "esse crime hediondo".
Veja imagens da guerra na Síria desde o início deste ano:
Retaliação: Obama considera ataque limitado contra Síria
Com pouco apetite entre os americanos para mergulhar em outro conflito no Oriente Médio, o governo Obama avalia atacar a Síria de forma limitada.
O objetivo não seria uma mudança de regime - como foi o caso no Iraque -, mas pressionar a Síria por suas violações de tratados internacionais de armas químicas, disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney.
Obter o envolvimento da Otan não é certo: a coalizão militar requer consenso para uma ação desse tipo, e há sinais de relutância. Catherine Ashton, a chefe de política externa da União Europeia, disse que o apoio do Conselho de Segurança para o uso da força contra a Síria continua "extremamente importante".
Isso levanta a questão sobre se os EUA e seus aliados, se decidirem lançar um ataque militar, tentarão conseguir a aprovação da ONU. Pollack disse que forçar os russos e os chineses a votar "não" poderia ajudar a persuadir países relutantes. "Você demonstra que tentou e, esperançosamente, isola os russos ao fazê-lo", disse. Por outro lado, se muitos membros do Conselho de Segurança aderirem ao "não", poderia prejudicar a impressão de um forte apoio internacional. "Poderia ser constrangedor", disse Pollack.
*Com AP
Os EUA e seus aliados avaliam opções além do dividido Conselho de Segurança da ONU para legitimar uma ação militar contra a Síria, tentando construir uma justificativa coesa para um ataque e obter amplo apoio internacional.
Secretário da Defesa: EUA estão prontos para lançar ataque contra a Síria
Nesta quarta: Reino Unido apresentará à ONU resolução condenando Síria
Os EUA, o Reino Unido e a França deixaram claro acreditar que o governo de Bashar al-Assad esteve por trás de um recente suposto ataque mortal com armas químicas nos arredores de Damasco, afirmando que isso pede uma mudança da resposta internacional.
Dia 22: França defende uso da força caso ataque químico seja provado
Entenda: De que lado ficam os países na crise da Síria
É quase certo que isso demanda agir sem a aprovação do conselho, onde a Rússia e a China consistentemente usaram seu poder de veto para impedir uma ação mais forte para o conflito de quase dois anos e meio. Isso também significaria agir bem antes de inspetores de armas químicas da ONU na Síria entregarem uma avaliação se o tal ataque aconteceu.
Dia 21: Oposição síria acusa governo de matar centenas em ataque químico
Galeria de fotos: Veja imagens do suposto ataque químico na Síria
Apesar da possibilidade de outro veto da Rússia e da China, o Reino Unido disse que apresentará nesta quarta uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU condenando o governo sírio pelo suposto ataque.
Em Genebra, o enviado especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse que qualquer ataque tem de ter a aprovação do Conselho de Segurança. A tarefa em mãos para qualquer coalizão liderada pelos EUA para uma ação militar será conseguir apoio de organizações internacionais importantes fora da ONU.
Assista: Vídeos mostram vítimas de suposto ataque químico na Síria
Um caminho pode ser persuadir a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a se envolver ou mesmo liderar uma operação militar. Isso ajudou o governo de Bill Clinton (1993-2001) a projetar legitimidade na guerra do Kosovo no fim dos anos de 1990 apesar de o Conselho de Segurança, com forte oposição da Rússia, nunca ter permitido a campanha de bombardeios contra Belgrado, disse Ken Pollack, um especialista em questões político-militares no Brookings Institute.
"De forma muito famosa, a guerra do Kosovo não foi legal", disse Pollack. "Apesar disso, não se veem pessoas correndo por aí e gritando que ela foi ilegal. O motivo é que os EUA fizeram um bom trabalho em construir uma justificativa."
Após suposto ataque químico: EUA deslocam navio para possível ação na Síria
Uma coalizão liderada pelos EUA provavelmente invocará uma doutrina internacional conhecida como "Responsabilidade de Proteger", que declara que a comunidade internacional tem um obrigação de agir para evitar crimes contra a humanidade não importa onde tenham acontecido, disse Stephen Biddle, um especialista em política militar e externa dos EUA na Universidade George Washington. Biddle apontou que a doutrina está sendo cada vez mais vista como algo que supera a necessidade de respeitar a soberania de um país.
"As duas vias naturais (para uma ação militar) são a ONU e a doutrina da responsabilidade de proteger", disse.
MSF: Hospitais na Síria atenderam 3,6 mil com sintomas neurotóxicos
Um empurrão para o apoio internacional ganhou força na terça, quando a Liga Árabe pareceu apoiar uma ação militar, depositando a culpa pelo suposto ataque químico no regime de Assad e conclamando o Conselho de Segurança a concordar com medidas "dissuasórias" contra aqueles que cometeram "esse crime hediondo".
Veja imagens da guerra na Síria desde o início deste ano:
Tanque velho sírio é cercado por fogo após explosão de morteiros nas Colinas do Golan, território controlado por Israel (16/07). Foto: AP
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Retaliação: Obama considera ataque limitado contra Síria
Com pouco apetite entre os americanos para mergulhar em outro conflito no Oriente Médio, o governo Obama avalia atacar a Síria de forma limitada.
O objetivo não seria uma mudança de regime - como foi o caso no Iraque -, mas pressionar a Síria por suas violações de tratados internacionais de armas químicas, disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney.
Obter o envolvimento da Otan não é certo: a coalizão militar requer consenso para uma ação desse tipo, e há sinais de relutância. Catherine Ashton, a chefe de política externa da União Europeia, disse que o apoio do Conselho de Segurança para o uso da força contra a Síria continua "extremamente importante".
Isso levanta a questão sobre se os EUA e seus aliados, se decidirem lançar um ataque militar, tentarão conseguir a aprovação da ONU. Pollack disse que forçar os russos e os chineses a votar "não" poderia ajudar a persuadir países relutantes. "Você demonstra que tentou e, esperançosamente, isola os russos ao fazê-lo", disse. Por outro lado, se muitos membros do Conselho de Segurança aderirem ao "não", poderia prejudicar a impressão de um forte apoio internacional. "Poderia ser constrangedor", disse Pollack.
*Com AP
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