terça-feira, 27 de agosto de 2013

SURGE UMA EXCELENTE OPORTUNIDADE PARA NOSSO PREFEITO HADDAD "FORTALECER O VERDE" DE SÃO PAULO. A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL NO MOMENTO NÃO TEM VERBA, MAS PODE BUSCAR APOIO NA INICIATIVA PRIVADA, PARA VIABILIZAR MAIS UMA EXCELENTE ÁREA VERDE PARA A CIDADE. OS ESTUDIOSOS AMBIENTALISTAS / URBANISTAS INDICAM QUE, PARA UMA BOA QUALIDADE DE VIDA UMA CIDADE PRECISA DE 12 METROS QUADRADOS DE "VERDE" POR HABITANTE.

Parque na Augusta: um impasse de 40 anos

Terreno desapropriado para ser parque em 1970 abrigou colégio Des Oiseaux

19 de agosto de 2013 | 16h 42
Amélia Antunha e Carlos Eduardo Entini
O destino do terreno de 24 mil m² na Rua Augusta, entre a Caio Prado e Marquês de Paranaguá, no centro da cidade, é impasse há mais de 40 anos. O terreno tombado pelo Patrimônio Histórico em 2004, até hoje não sabe seu destino, se nele serão erguidas torres de apartamentos ou se tornará um parque.

O destino do terreno, onde abrigou o colégio Des Oiseaux, é incerto desde 1970, quando foi declarado de utilidade pública para ser transformado em parque. Logo em seguida a Câmara revogou o decreto e o devolveu aos proprietários que pretendiam construir um hotel com 1400 apartamentos. Nenhuma árvore seria derrubada, garantiram na época os responsáveis pelo projeto do hotel.
Recentemente o Fernando Haddad declarou que a Prefeitura não tem verba para desapropriar o terreno e construir o parque. Do que surgirá de lá não se sabe, mas o terreno é uma das poucas áreas verdes da cidade e conta espécies remanescentes da mata atlântica ,como palmeiras e jacarandá.

De Paulo Maluf, prefeito de 1969 a 1971, ao atual, Fernando Haddad, além de parque e hotel, no terreno já se pensou em erguer um supermercado e um Museu da Música Popular Brasileira. Enquanto não se decide o destino, o terreno já abrigou um circo , recebeu as principais bandas de rock brasileiras durante a década de 1980, quando abrigou o Projeto SP, e serviu de estacionamento.
Colégio. Desde 1907, o local é destaque na história da São Paulo quando abrigou o Colégio Des Oiseaux (Dos Pássaros). O colégio funcionou na rua Caio Prado até 1967 e teve seu prédio demolido em 1974. Tradicional colégio feminino francês, das Cônegas de Santo Agostinho, era para famílias abastadas da cidade. A arquitetura do prédio, de inspiração art nouveau emprestava um ar requintado ao bairro.
Lá estudaram Ruth Cardoso e Marta Suplicy. Em 1918, durante a epidemia da gripe espanhola, o colégio serviu de hospital para crianças. Em 1970, as freiras decidiram deixar o centro de São Paulo e venderam uma parte do terreno para adiantar as obras da nova sede da escola, que construíram no bairro do Morumbi.
Nos fundos, na Marquês de Paranaguá, funcionava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Sedes Sapientiae, também das Cônegas. O plano era a construção de um prédio de apartamentos depois de o Sedes Sapientiae fosse transferido para a Universidade Católica (PUC), em Perdizes. E o prédio da escola, na rua Caio Prado, deveria ser alugado para a Prefeitura, que pretendia transferir alguns de seus departamentos para lá. Um deles seria o de Educação que funcionava precariamente no subsolo do prédio da Câmara.
Jardim público. Em 1970 houve a proposta de demolição do colégio e construção de um jardim público. Nessa ocasião, a Prefeitura declarou de utilidade pública toda a área verde existente ao redor do colégio. A proprietária do imóvel queria vendê-lo para uma construtora interessada na construção de prédios de apartamentos na área. Ela conseguiu reverter a situação jurídica do terreno na Câmara Municipal, conforme publicou o Estado em dezembro de 1973.

O Estado de S. Paulo - 19/12/1973
Em 1974, com o crescimento dos prédios nas proximidades, o Des Oiseaux passou a ser um contraste urbano na área da Augusta e Consolação e as especulações das imobiliárias para a venda do terreno não paravam de crescer. Os moradores do bairro, na década de 1970, conheciam o velho casarão como o “prédio do Cursinho Universitário” porque lá abrigou um curso pré-vestibular.
Muitos projetos foram apresentados e o embate entre a Prefeitura e os moradores é antigo. Havia um projeto, que deveria ser encaminhado em fevereiro de 1975 à Prefeitura pela Sisal Engenharia, para a construção de um hotel com especificações técnicas para preservar a área verde existente na área. Entre os argumentos usados pela construtora, estava aquele que dizia que a área verde existente chegava a ser uma atração turística capaz de atrair mais hóspedes, o que justificaria grandes investimentos.
Em 1977, a Teijin, outra construtora, anunciou que havia adquirido o terreno para construir o maior conjunto hoteleiro turístico do hemisfério sul, com a área verde preservada. Porém, não saiu do papel. O Conselho Municipal do Patrimônio Histórico (Conpresp) rejeitou em 2006 o pedido da Acisa para construção de um hipermercado na área .
O terreno pertence desde 1996, ao empresário e ex-banqueiro Armando Conde, da Acisa Incorporadora. Em 2008, na gestão de Gilberto Kassab, a Prefeitura estudou a possibilidade de implantar, dentro do espaço verde, o Museu da Música Popular Brasileira, proposta do urbanista Lineu Passeri, da Universidade de São Paulo (USP), mas, como todas as propostas, não foi em frente.
Mata Atlântica. A reivindicação antiga dos moradores é para que a Prefeitura transforme a área no Parque Augusta . O terreno é considerado a última área verde permeável do centro da cidade, ou seja, essa é uma área revestida com vegetação (grama, arbustos ou árvores) uma bosque na cidade, e conta com árvores centenárias, inclusive espécies remanescentes da mata atlântica ,como palmeiras e jacarandá.
Atualizada em 20 de agosto, às 11h35.

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