domingo, 4 de novembro de 2012

REGINA DUARTE DÁ ENTREVISTA A MÔNICA BÉRGAMO DA FOLHA.

Aos 65 anos, 1m57, 55 kg, ela sobe apressada a escada rolante do teatro. Checa o palco, pergunta detalhes à produção. Quer saber se pode ficar mais tempo em cartaz. No bar do Raul Cortez, tenta se concentrar na entrevista.

Regina Duarte

IMPRENSA

Já me aconteceram coisas muito desagradáveis. Certa vez, eu disse a uma revista que não bebo, não gosto de drogas. Nos anos 60, estava na moda, experimentei, mas detestei, saí. E a manchete foi: "Regina Duarte conta como se livrou do inferno das drogas". A imprensa bacana, construtiva, tem que tomar muito cuidado agora para ver o que é verdadeiro nessa internet, onde as pessoas são anônimas, publicam qualquer coisa. Usam meu nome, assinam por mim. Não tenho Facebook, não tenho site.

BLOQUEIO

Você vai aprendendo a medir o que fala. As pessoas vão ficando armadas, bloqueadas. Não quero perder a espontaneidade. Sou de uma geração que sempre falou, botou a boca no trombone. Mas me policio um pouco. Exatamente por ter passado por edições que não foram muito generosas comigo.

VOTO

Não [declara mais voto em eleições].

LULA

É melhor não relembrar [a declaração que ela deu na campanha de 2002 dizendo ter medo da vitória de Lula]. Não tem mais nada a ver com o que a gente tá vivendo.

DILMA

Nossa, eu tenho encantamento por ela, desde o início, sabe? Na política internacional, me impressionou muito como ela entrou firme defendendo umas coisas legais. Tem uma frase dela de que eu gosto: o controle da mídia é o controle remoto. É uma postura democrática que tem que ser louvada. E dá uma coisa bacana, a gente fica orgulhosa de ter uma mulher ali.

MARTA MINISTRA

Vamos ver [como será Marta Suplicy no Ministério da Cultura]. Ela tem ímpeto. Quando quer, faz coisas extraordinárias. Vamos falar dos CEUs, para deixar ela bem estimulada? Tem que falar "Viva a Marta!". Porque eu rodei os 21 CEUs. Tudo neles é bom, bem feito, descentraliza a cultura. Não é qualquer nota, não. Eu inaugurei neles o teatro com uma turnê. Tive lições de paulistanês. Viajava uma hora e meia para chegar lá. E ia vendo uma SP que não conhecia. Fiquei encantada. Às vezes uma patrulha nos acompanhava. Mas nunca foi necessário. O povo brasileiro é tão bom, é tão amoroso, né? O que tem aí de violência é tão minoritário...

Mônica Bergamo, jornalista, assina coluna diária publicada na página 2 da versão impressa de "Ilustrada". Traz informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999.

bergamo@folhasp.com.br

OBS: TRECHO DE UMA ENTREVISTA DE REGINA DUARTE À JORNALISTA DA FOLHA.   EM 2002, QUANDO ELA ESTEVE NA TELINHA, DANDO DEPOIMENTO, PROVÁVELMENTE FOI INDUZIDA PELA TUCANADA. VALE A PENA LEMBRAR. HOJE APÓS 10 ANOS, REGINA FALA COM A SABEDORIA, DE QUEM VÊ UM GOVERNO ATUAR NA LINHA DO SOCIAL, NA DEFESA DO PAÍS. ENALTECE O PERÍODO DE LULA E SE EMPOLGA COM A ATUAÇÃO DE DILMA. SE ENCANTA AO FALAR DOS "CEUS", CONSTRUIDOS NO GOVERNO DE MARTA SUPLICY, EM SEUS TEMPOS DE PREFEITA. MUITO INTERESSANTE ESSE DEPOIMENTO. É ESCLARECEDOR, POIS ESSA ARTISTA TEM NOME E NÃO FOI PAGA PARA FALAR O QUE FALOU.

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